terça-feira, 31 de agosto de 2010

II Seminário Ciência em Ação

Olá Pessoal,

A coordenação do Evento informa que as inscrições para o "II Seminário Ciência em Ação: a pesquisa qualitativa: origem, desenvolvimento e algumas tendências metodológicas recentes" estão ENCERRADAS. O número limite de vagas foi atingido e contamos com a compreensão de todas e todos!

Atenciosamente
A Coordenação

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

II SEMINÁRIO CIÊNCIA EM AÇÃO A pesquisa qualitativa: origem, desenvolvimento e algumas tendências metodológicas recentes.

Olá Pessoal!


Aproveito a oportunidade deste espaço para divulgar o II SEMINÁRIO CIÊNCIA EM AÇÃO que dessa vez traz como tema "A pesquisa qualitativa: origem, desenvolvimento e algumas tendências metodológicas recentes". O evento tem por objetivo:

  • Desenvolver reflexões sobre as origens, desenvolvimento, fundamentações e contribuições da pesquisa qualitativa para a Ciência da Informação;

  • Promover discussões sobre algumas técnicas, métodos e instrumentos que vêm sendo utilizados na pesquisa qualitativa em ciências humanas e ciências sociais aplicadas;

  • Contribuir para o aprimoramento do quadro metodológico das pesquisas desenvolvidas pelos mestrandos e doutorandos dos programas de pós-graduação em Ciência da Informação e Educação.


Veja a Programação:


01/09 – Abertura

8:30 h
9:00 h - Tema: Pesquisa qualitativa: histórico de seu desenvolvimento e suas contribuições para as Ciências Sociais
Prof. Dr. Edvaldo Carvalho Alves - UFPB
Profª Drª Mirian de Albuquerque Aquino – UFPB

10:30 h – Intervalo

Coffee Break


08/09

8:30 - Tema 1 : Mapas conceituais e as Tecnologias da Aprendizagem
Prof. Dr. Romero Tavares da Silva -UFPB
Prof. Msc. Cláudia Montenegro - UFPB (Debatedora)
10:30 h – Intervalo

Coffee Break


15/09

8:30 - Tema 2: Perspectivas da História Oral
Profª Drª Alba Cleide Calado Wanderley - UEPB
Profª Drª Bernardina Maria Juvenal Freire de Oliveira - UFPB (Debatedora)
10:30 h – Intervalo

Coffee Break


24/09

8:30 - Tema3: Teoria Fundamentada
Profª Drª Windiz Brazão Ferreira - UFPB
Prof. Dr. Edvaldo Carvalho Alves - UFPB (Debatedor)
10:30 h – Intervalo

Coffee Break


30/09

8:30 - Tema 4: Análise de Discurso: novos territórios e objetos
Profª Drª Ivone Tavares Lucena - UFPB
Profª Drª Maria Angélica de Oliveira - UFCG (Debatedora)
10:30 h – Intervalo

Coffee Break

LOCAL - Auditório do CCSA



INSCRIÇÕES

geincos.ufpb@gmail.com

OBS: Será cobrada uma taxa de 10,00 R$ por inscrito.



REALIZAÇÃO

GEINCOS

PPGCI/UFPB

PPGE/UFPB

DCI/UFPB


ORGANIZADORES

Profa. Dra. Mirian de Albuquerque Aquino

Prof. Dr. Edvaldo Carvalho Alves



Contamos com a participação de vocês!!!!
Até Breve...



Leyde Klebia Rodrigues da Silva
Secretária Administrativa - GEINCOS/UFPB

quinta-feira, 1 de julho de 2010

FLOR DO DESERTO



Estreou nos cinemas brasileiros, no dia 25 de junho, o filme Flor do Deserto, de Sherry Horman, baseado no livro de Waris Dirie, modelo somaliana e atual embaixadora da ONU.
O filme que estreou na Alemanha e Reino Unido em 2009, ganhou o título de Melhor Filme Europeu no Festival de San Sebastián, através do voto popular. Os brasileiros, tão acostumados em reafirmar os objetos de prestígio europeu, fugiram a regra: os cinemas de João Pessoa e vários outros do país, não colocaram o filme em cartaz.
Entretanto, vale registrar aqui a sinopse e o trailler do filme para quem, por falta de oportunidade de assistir no cinema, quiser ver o filme em DVD.

Com o elenco composto por Liya Kebede, Sally Hawkins, Craig Parkinson, Meera Syal, Anthony Mackie, o filme narra a história de Waris Dirie (Soraya Omar-Scego / Liya Kebede). Nascida em uma família de criadores de gado nômades, na Somália, Waris Dirie, aos 13 anos, fugindo de um casamento arranjado, atravessa o deserto por dias até chegar em Mogadishu, capital do país. Seus parentes a enviaram para Londres, onde trabalhou como empregada na embaixada da Somália. Ela passa toda a adolescência sem ser alfabetizada. Quando vê a chance de retornar ao país, ela descobre que é ilegal da Somália e não tem mais para onde ir. Com a ajuda de Marylin (Sally Hawkins), uma descontraída vendedora, Waris consegue um abrigo. Ela passa a trabalhar em um restaurante fast food, onde é descoberta pelo famoso fotógrafo Terry Donaldson (Timothy Spall). Através da ambiciosa Lucinda (Juliet Stevenson), sua agente, Waris torna-se modelo. Só que, apesar da vida de sucesso, ela ainda sofre com as lembranças de um segredo de infância.




Poliana Rezende
Mestranda em Educação UFPB

terça-feira, 22 de junho de 2010

V SEMANA DE HUMANIDADES UEPB GUARABIRA - MESA REDONDA "DIREITOS HUMANOS E EDUCAÇÃO"

Durante os dias 24 a 28 de maio de 2010 estivemos participando da V Semana de Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba, em Guarabira, onde professores e estudantes de todos os cursos do Campus participaram na organização e desenvolvimento do evento, garantindo o sucesso expresso na superação da estimativa de 400 para mais de mil inscritos.

O evento proporcionou a nós, do GEINCOS, uma experiência significativa em que vários aspectos merecem nosso destaque: a organização do evento, a recepção e hospitalidade da Universidade e da cidade, os espaços para troca e discussão de temáticas pertinentes, os momentos de aprendizagem e aperfeiçoamento de conhecimentos.

O evento envolveu uma diversidade de temas que atenderam a variados interesses e áreas do conhecimento, oferecendo mesas redondas, palestras e mini-cursos dos mais diversos assuntos.

Na mesa redonda “Direitos Humanos e Educação”, na qual escolhemos participar, interagimos com estudantes de Direito da UEPB, discutindo sobre a temática das Cotas Raciais em que pertinentes questões foram levantadas e debatidas em relação aos caminhos e entraves da Política de Ações Afirmativas. Na ocasião, nenhum(a) participante se colocou decididamente contrário às cotas, porém, muitas críticas foram colocadas como: as cotas deveriam ter prazo estipulado; as cotas poderiam causar um relaxamento nos estudantes das escolas públicas, as cotas não deveriam ser apenas raciais, as cotas deveriam vir acompanhadas de outras políticas que atuem nas causas dos problemas, a militância pró-cotas deveria reivindicar (e focar) ensino técnico de qualidade e não apenas universidade.

Apesar de termos em nossas respostas uma postura defensiva, pois bastava dizer que lutamos por cotas para incluir negros nas universidades, uma vez que os dados do IBGE revelam a gritante contradição em que, um país que vive numa suposta democracia racial e que possui quase metade da população de negros, não chega a 1% o número de estudantes negros no ensino superior, para esclarecimento, é preciso que seja dito: as pesquisas mostram que o desempenho dos cotistas não é inferior ao dos demais estudantes. Se por um lado acredita-se que as cotas levariam os estudantes candidatos às cotas a um relaxamento, existe uma outra linha de pensamento que espera que os mesmos estejam mais motivados a estudar por terem, com as cotas, uma oportunidade antes não vislumbrada. As outras políticas sugeridas pelos participantes da Mesa já existem e, aliás, vieram antes das cotas. O Movimento Negro, desde sua acepção já reivindicava escola pública de qualidade para a população negra, assim como reivindicou saúde pública especial para a população negra, no entanto, estranhamente, essas lutas não foram polemizadas pela mídia, só as cotas.

Quanto a última sugestão colocada no debate, nossa reflexão é: o que se quer dizer ao sugerir que devemos lutar por ensino técnico, numa época em que só a graduação não está mais sendo suficiente para a competição posta pelo mercado de trabalho?; o que se quer defender ao sugerir que o foco de nossa luta não deve ser o ensino superior, uma vez que os dados mostram o quanto essa instituição tem apresentado dados que justificam nossa ânsia na defesa por um espaço negado durante décadas? Algumas questões são colocadas diante de tal sugestão: qual o objetivo do ensino técnico e qual o objetivo do curso superior? Será que, ao sugerir a militância da população negra a lutar por ensino técnico, não se está reforçando a ideia hegemônica de que os negros devem servir apenas aos trabalhos braçais enquanto a elite branca é que deve estar dirigindo e pensando o país? É contra essa realidade hegemônica, persistente ainda hoje, que as cotas vêm combater, pois não se quer apenas o negro na Universidade, nem as cotas devem ser um anseio apenas da população negra, afinal, como questionou Munanga quem ganha com as cotas: apenas a população negra ou a sociedade brasileira como um todo? Já está em tempo de interromper o monólogo europeu, afinal, conforme Cunha Junior*, nem a Europa pratica mais esse eurocentrismo obsoleto das Universidades Brasileiras.


Poliana Rezende

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPB

*Palestra "As novas palavras, os novos conceitos e mudança de paradigma na pesquisa sobre população negra"proferida pelo Prof° Henrique Cunha Junior - UFC, promovida pelo GEINCOS na UFPB em junho 2010.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A BUSCA DE SILVIO ROMERO POR UMA ESSÊNCIA BRASILEIRA SOB A PERSPECTIVA DE SCHNEIDER

A obra de Schneider, “Silvio Romero: Hermeneuta do Brasil”, tenta compreender o pensamento de Silvio Romero dentro do contexto de modernização em que o Brasil estava inserido, ou seja, apagando as características ibéricas para se transformar em republicano. No mesmo contexto, o Brasil estava sob influência dos efeitos do Século das Luzes com suas teorias raciais que imprimiam ao país uma imagem de sociedade degenerada devido à miscigenação, herança do sistema colonial que havia se desfeito há pouco.

Na falta de uma institucionalização de disciplinas acadêmicas, a literatura fazia o papel de compreender, descrever, entender, narrar cientificamente o Brasil a fim de produzir um imaginário nacional e criar um sentimento de pertença entre os brasileiros, que ainda não compartilhavam um sentimento de nacionalidade.

O paradoxo de Silvio Romero começa ao aceitar o postulado científico da supremacia branca, e ao mesmo tempo, defender a miscigenação como uma singularidade brasileira e que deveria ser, portanto, valorizada pelos escritores brasileiros.

O seu engajamento na busca pelo autêntico brasileiro limitou seu olhar crítico sob as obras literárias, onde buscava ler o Brasil a partir dos textos, preocupando-se menos ou quase nada com a estética e a poética de uma obra. Por esse motivo, teceu várias críticas às obras machadianas, por entender que estas não estavam engajadas nesse movimento de afirmação da brasilidade.

Outra contradição encontrada em Silvio Romero foi a sua utilização do determinismo racial (pseudo) científico para fazer brotar um vibrante nacionalismo, ao mesmo tempo, aceitava a teoria brasileira do branqueamento, destacando a importância da imigração, desde que esta fosse seletiva, ou seja, de povos que fossem suscetíveis à adaptação e assimilação da cultura já instaurada no Brasil e não o contrário. Este aspecto irá configurar o que se denominou “germanofobia”, em que Silvio Romero advertia sobre o risco de desmembramento do sul do país, devido a ocupação em massa por imigrantes alemães. Por outro lado, ao entender o momento histórico, podemos considerar que Silvio Romero propiciou avanços no que se refere à contribuição das culturas indígenas e africanas na formação de nossa essência enquanto brasileiros, bem como na reformulação do conceito de raça. No entanto, vale destacar que a ideia de contribuição da cultura africana, e também da indígena, mas sobretudo a primeira em que Silvio Romero elege como mais relevante do que a segunda, limita-se às práticas e desconsidera totalmente o pensamento.

Desde a criação dos Institutos Históricos, reconhece-se a importância de uma História na (con)formação de uma consciência nacional. Uma citação de John Henrik Clarke figura muito bem esse jogo de poder envolvido no contar e no interpretar a História: “A melhor maneira de controlar um povo é controlar o que ele pensa sobre si mesmo” (CLARKE, 1976, p. 5 apud NASCIMENTO, 2009, p. 61). A “fidelidade ao mundo real e a capacidade de esboçar os costumes, a cultura e os dramas históricos de ‘nossa gente” (SCHNEIDER, 2005, p. 37) cobrados por Silvio Romero, não deixava de lado o caráter subjetivo, em que está presente a seleção e a intenção de que tipo seria representado e defendido como o autêntico brasileiro. Nas palavras de Schwarcz (1993, p. 114), escrever a história constituía dessa forma um ato de garimpagem, de quem recolhe documentos assim como se procuram preciosidades. O ato de selecionar fatos supunha a mesma isenção encontrada naquele especialista que, ciente de seu ofício, separa as boas das más [...].

Com efeito, as obras literárias e a forma como a História Nacional foi forjada deixaram essa marca ao pensamento nacional, segundo o qual é confirmado “o antigo mito antiafricano de que o pensamento e a filosofia devem ficar para os brancos, enquanto os negros se restringem às artes, ao entretenimento e ao atletismo” (NASCIMENTO, 2009, p.139), evidenciado inclusive no meio acadêmico em que, apesar das políticas de ações afirmativas que instituem as cotas raciais, os debates e as ciências tem se curvado exclusivamente aos pensamentos ocidentais. Sem contar que, essas políticas de afirmação da cultura africana evidenciam um aspecto pouco ou nunca mencionado no escopo da História Nacional: a agência dos povos africanos.

Em contraponto à essa prática reinante de entender a experiência dos povos à luz de paradigmas ocidentais, em que a obra literária brasileira esteve fundamentada, temos a matriz africana da diáspora que oferece referenciais para a articulação de outros paradigmas. Um deles é o ideograma Sankofa, que ensina o conhecimento do passado como pedra fundamental da construção do futuro (NASCIMENTO, 2009, p.28).

Partindo desse pressuposto, conclui-se que a “pedra africana, como também a indígena, está faltando no tripé sobre a qual tentamos construir a identidade brasileira” (NASCIMENTO, 2009, p. 28)


REFERÊNCIAS


NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. (Sankofa: matrizes africanas da Cultura Brasileira, 4).


SCHEINDER, Alberto Luiz. Sílvio Romero: hermeneuta do Brasil. São Paulo: Annablume, 2005.


SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.



Poliana Rezende

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação - UFPB